Inadimplência deixou Capixaba sem investimentos

Capixaba cidade Sergio Vale
Município de Capixaba precisa de mais investimentos para seguir existindo (Foto: Sérgio Vale/Agência de Notícias do Acre)
O movimento de caminhões e máquinas é constante na BR-317 próximo a Capixaba. Mas, esse vai e vem na estrada é a garantia das extensas plantações de cana da usina Álcool Verde. As máquinas estão paradas, o trabalho intenso de deve aos técnicos que estão preparando novas áreas de plantio e as mudas. A meta é chegar a 15 milhões de litros de álcool.Esses números são o que mantém a esperança e o otimismo dos moradores de Capixaba, um município que fica a 100 quilômetros Rio Branco, mas continua com característica de vila. A Álcool Verde é quem vem ajudando a manter o comércio local. Restaurantes, hotéis, aluguéis de casas e veículos ajudam circular dinheiro e tirar os outros ramos do vermelho.
O que a usina trás de melhor é a geração de emprego. Nessa época de plantio, são mais de 100, no período de produção podem chegar a 400 postos de trabalho.
Atualmente Capixaba se mantém com o Fundo de Participação do Município, o FPM. Por causa da inadimplência com a Previdência Social, a cidade deixou de receber nos últimos meses as emendas parlamentares e convênios federais.
Os poucos recursos que chegaram deixaram marcas de decadência. A parte urbana de Capixaba tem pouco mais de 3 mil habitantes, no entanto, existem ruas que precisam de melhorias e a muitos meses a prefeitura não começa uma obra nova.
Não encontramos o Prefeito Joais Santos para falar sobre os problemas da cidade. Ele tem sérios problemas com o Tribunal de Contas do Estado. Na última prestação de contas analisada foi condenado a devolver R$ 900 mil ao município.
Sobrevivência na zona rural
Do total de moradores de Capixaba 70% vivem na área rural. Próximo a usina Álcool Verde tem uma das regiões mais conhecidas, o projeto de assentamento Álcobras. Nele encontramos pessoas como a Francisca Natalia da Silva. Ela se mantém da venda de frutas e verduras da pequena propriedade. Começou um modesto investimento em avicultura já pensando em comercializar no programa venda direta, que compra produtos e repassa para escolas e entidades assistenciais. “Sem esse programa não dava para continuar no campo, não tinha como levar a mercadoria para Capixaba, e, quando conseguia, o valor que era pago era baixo demais”, completou.
Conflito na fronteira
Hoje o que mais preocupa os moradores da região é o conflito criado pelo exército boliviano contra os brasileiros que vivem em áreas do país vizinho. No marco da fronteira onde foi levantada uma vila boliviana, tudo estava tranqüilo. Mas, até a semana passada, o Exército Brasileiro montou uma base no local para evitar atos de violência contra os brasileiros que cruzam a fronteira. Os bolivianos proibiram a passagem e a venda da castanha e da borracha, com isso, muitos brasileiros estão sem renda.
Fonte: Agazeta.net